Déjà vu, eu os tenho. Com maior ou menor frequência dependendo da época. É contraditório (já que não acredito em destino e não posso conceber que há alguém ou uma força superior que já determinou o que deve acontecer), mas sinto como se eu estivesse no caminho certo quando vivo um “já visto”.
Entrar em um lugar que nunca estive e reconhecê-lo; adivinhar um diálogo que ainda não teve início ou prever o acontecimento de algo antes que ocorra. Passar por essas situações é prazeroso pra mim, me sinto um passo à frente dos demais mortais, como se aquilo fosse um sinal para seguir em frente.
Mas então vem a sensação incômoda. Quando acontece um déjà vu me coloco alerta à espera de um acontecimento transcendente na minha vida. Nada mais lógico, se devo estar naquele lugar naquela hora é porque alguma coisa importante vai passar. Só que, normalmente, nada relevante ocorre. Então, para que serve um déjà vu?
Procurei a explicação científica do fenômeno. Nosso cérebro, como qualquer computador, às vezes falha. O bug faz com você pense que já viveu uma situação que é, na verdade, inédita. Explica, mas (pelo menos a mim) não convence.
Na semana passada aconteceu de novo. A mesma sensação de já estive neste lugar vivendo esta situação. Outra vez à espera de algo que justificasse minha presença ali. De novo a frustração.
Fiquei a semana toda pensando no significado de tudo isso e decidi mudar de atitude. Declarei guerra.
Quando acontecer novamente um “já visto” comigo, vou desafiá-lo. Se eu entrar em um lugar que nunca estive e o reconhecer, irei embora imediatamente. Se houver um diálogo que sinto que já presenciei ou participei, vou interrompê-lo abruptamente com uma frase totalmente fora do contexto. Quero dar um bug no déjà vu, confundi-lo como ele me confunde. Comigo não, violão! Vai pregar peça na tua avó!
*Ricardo Viel escreve às segundas
5 comentários
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abril 12, 2011 6:00 pm às 18:00
victor valente
Engraçado, to com uma sensação que já li este texto antes…
abril 18, 2011 2:36 pm às 14:36
Thiago Domenici
Eu sou fã do Déjà Vu, fala assim dele não.
abril 18, 2011 2:38 pm às 14:38
Ricardo Viel
Eu tenho certa implicancia com o Déjà Vu e com o Djavan (fraca, né!)
fevereiro 13, 2012 7:05 am às 7:05
Leitores acidentais « O Purgatório
[…] um texto tem sido bastante lido. Bacana, não? Não! Explico. Em abril do ano passado escrevi este texto titulado “Que fazer com um déja […]
fevereiro 24, 2014 5:59 pm às 17:59
txt
gente que isso isso e uma coisa seria eu tenho isso a muito tempo e e muito estranho mais de boa eu n sei explicar uns falam que e uma falha do cérebro mais sei se fosse isso eu não adivinharia como vai ser o momento futuro