“Meu coração
bate sem saber
que meu peito é uma porta
que ninguém vai atender”.

 

solidão, sombra do que eu costumava ser

encontrei uma barra de algodão no céu e atei a minha alma a ela, sôfrega que estava, desatinada

em desalinho também meu tesão de futuro, um sem fim no meio da sala, duas centelhas de amor chupados pelo ralo

quando dei com a cabeça pendente sem seu ombro e o cheiro do pescoço, passei a carregar dois elefantes no pescoço, duas melancias nas orelhas, dois tijolos embaixo dos olhos

 sou todo peso, em descaminho

tresvario

andam dizendo mal de mim, do meu dente amarelado da frente, do meu silêncio constrangedor nos elevadores

ando assim mesmo, em verdade: verde de dor, desacostumado dessa companhia da Senhora Dona Ausência

Carmezim escreve às quartas-feiras