filho, o que quero dizer digo do meu
jeito, faça do meu braço o seu mundo
e nascente do meu peito, sem hora,
afora; se saio de mim é pra te achar,
jogo de amor, derradeira chegada,
tesouro espalhado no meu ventre
sabe, não me sei mais sem você, um
não-era-nada-tão-completo, desaviso
sobre a vida, um desarranjo de
destino, vontade ali vontade aqui, só
sinto como uma árvore, ramifico a
ponta dos dedos, todo doar, nunca
secar, sempre sombra, suporte para
tua nuca, para tua fronte a minha
benção e um pedaço de pano
vermelho para o soluço
pudera eu mastigar o mundo, salivar
respostas, engolir ocasos
sou sua rede, seu quarto de dormir,
sua lambança
eu te abro as minhas portas da alma,
sem antes saber que elas existiam,
desbravador da minha última
natureza, maior natureza
digo, de coração esparramado, te
olhando daqui de cima, no meu colo,
da surpresa em me ver fora de mim,
dançando no barulho da tua boca que me suga
e me embebedo no teu prazer
*Carmezim publica às quartas
2 comentários
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abril 21, 2011 10:16 am às 10:16
Debinha
“da surpresa em me ver fora de mim”
:)
Você continua pura poesia! Um abraço de abraçar o mundo…
abril 30, 2011 7:02 pm às 19:02
Romulo Osthues
– Rominho, você gosta de farinha?
– Gosto.
– Você gosta de acarajé?
– Gosto.
– E da poesia de Vitinho?
– AFIMARIA!
Menino, vou repassar isso para a leva de pais que me cercam neste momento. Verei mães em êxtase e pais em gozo depois da leitura do poema acima.
“Poeta que pariu”, Carmezim! Vai escrever assim lá em casa!
Belíssimo.