Um dos grandes problemas, pra mim, da crítica musical que vemos hoje em revistas modernetes e sites mil é que ela fala pouco de música. De arranjos, harmonias, timbres, etc. E não sinto falta disso porque sou conhecedora, mas, pelo contrário, porque gostaria de saber mais.
Essas publicações fazem, ao invés disso – e não sem a sua validade e relevância – mapeamentos de tendências, discos, bandas novas, etc. O que parece muito “antenado” (ah, essa palavra!) e conhecedor, mas, pra mim, já soa mais como uma cobertura burocrática que se vale na nossa avidez por novidades em geral.
Por isso fiquei muito contente quando encontrei essa série de listas de músicas de amor e de rompimento dos anos 60,70 e 80 da revista Nerve, que também não conhecia. Ainda não sei se o resto da revista é bom, mas, por isso, ela já me ganhou.
Aproveito para recomendá-las a vocês hoje, porque quinta-feira pode ser um bom dia para listas de músicas, esteja você no trabalho ou em casa.
Alguns sentirão falta da possibilidade de ouvir todas as canções de uma só vez, sem precisar ficar dando play em cada uma. Não sintam.
Uma das melhores coisas das listas da Nerve são os textinhos que acompanham cada música, explicando por que é que elas estão ali.
São textos curtos, mas bem mais ricos que muitas críticas enormes de disco que já vi. Algumas vezes, eles são comentários simples, mas certeiros, sobre as letras. Outras, mostram conhecimento e perspectiva sobre a música dentro do contexto histórico da época e de hoje.
Minha favorita, disparado, é a de canções de rompimento dos anos 70. Fiz uma playlist dela no YouTube porque, depois, o gostoso é mesmo ouví-la na sequência, sem pausa pra ler nada. Admito.
Camilla Costa escreve às quintas-feiras.
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