o tempo é sábio em carcomer

sem sabê-lo
estirei as pernas
encaixei a alma
na cadeira

bebi duas canecas de espera

notícia sua
morreu na cerca

o tempo ludibria

comi reboco por salada
unhas por arroz
dormi sem menear a cabeça
olhos para além

ah, horizonte virou limite

amor, meu bem, virou ida sua
estadia minha

se chover, só deve molhar a mim
Saudade –  essa Senhora sedenta seca senil

Carmezim escreve às quartas