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Não sei se vocês sabem, mas o Facebook acaba de abrir escritório no Brasil. Recebi a notícia ontem por e-mail. Devo dizer que releases não me incomodam, no mais das vezes me divertem. Este, no entanto, serviu de acalento, vou logo dizer a razão. Para fundamentar a força e influência da rede social, o e-mail oferece números esfuziantes – bem se sabe que jornalistas têm por eles amor à primeira vista. Pois bem, são 25 milhões de usuários no Brasil; 750 milhões no mundo. Todas essas pessoas gastam 700 bilhões de minutos por mês na rede.  Não sei fazer conta, mas imagino que qualquer coisa que tenha como referência o bilhão é bastante.

Alegro-me muitíssimo em dizer que não faço parte das estatísticas. Não saí do ‘Face’ porque nunca entrei e estou muito bem assim. Não que o ache perda de tempo, mas é um descanso celeste não pertencer a algo que as pessoas julgam tão importante. Cuido como um bebê da minha ignorância consentida de perder tantas fofocas e notícias. Melhor que isso, só se pudesse parar um dia de ler os jornais, relevando por completo até mesmo as manchetes.

Quando sofro intimidação dos amigos, digo que tomei ginge de Mark Zuckerberg por causa daquele filme  que o retrata como um completo imbecil. Eles dizem que é ficção, para eu largar de ser boba, mas decidi, por livre e espontânea vontade, o tomar por documentário. Porque se Mark for só a metade, né, já é o suficiente. De mim irá receber nenhuma moedinha, nem indiretamente.

Talvez um dia, por motivos superiores, eu seja obrigada a integrar a rede. Então desdigo tudo o que disse, e os convido para serem meus melhores amigos. Mas hoje, juro, quero me esconder em lonjuras e cada dia mais saber menos.

Tatiana Mendonça escreve às sextas