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Espaço democrático de debate de ideias, O Purgatório publica hoje novo artigo enviado pela assessoria de comunicação do recém-criado PQS (Partido de Quem Sabe), de autoria do prefeito de São Miguel da bica D’Água, Timóteo Scarpa Souto. O texto impressiona novamente pela franqueza, mas sobretudo, desta vez, pela coragem. Conforme segue:

PQS: apoio, sim, apesar da lei

Timóteo Scarpa Souto*

“Malandro é malandro, mané é mané” (Bezerra da Silva)

Cuspindo na exigência da Justiça Eleitoral, o PQS vem mendigando há três meses, por todo o país, assinaturas a brasileiros que não apoiam sua criação. Não se trata de filiação partidária, o que não importa no momento, tampouco após sua existência legal – até porque isso aí, só com preenchimento de ficha partidária.

Por lei, um novo partido deve recolher o apoio de quase 500 mil eleitores no Brasil inteiro. Esses apoiamentos (esse é o termo) são encaminhados à Justiça Eleitoral.

É um trabalho de enorme amplitude e, por isso mesmo, afeito a muitos esquemas. Além de não aceitar se comportar, o PQS tripudia, coordena e aumenta a quantidade de coletas irregulares.

E não apenas a fraude agradece, como impede que a Justiça continue a fazer com o máximo rigor o que lhe compete fazer. Conferir os dados? Os nomes? As assinaturas? A veracidade dos documentos? Me faça uma garapa.

A quadrilha que coleta assinaturas é coordenada em 23 Estados por senadores, deputados federais e estaduais, governadores, vice-governadores, prefeitos e vices, vereadores e lideranças comunitárias de centenas de municípios. Quem dera tivessem ajuda de milhares de militantes para ir em busca dos eleitores para pedir seu apoio e assinaturas nas fichas.

Mas cá entre nós, fala a verdade: quem é que iria procurar voluntariamente o partido nesses municípios para levar as fichas a parentes e amigos e devolvê-las preenchidas?

O PQS tem trabalhado para falsificar a certificação desses apoiamentos nos cartórios da Justiça Eleitoral. Inventamos fichas individuais, que devem ser preenchidas com nomes completos e legíveis, desenhados cuidadosamente, como se fosse um documento assinado por um suposto apoiador.

Muitas fichas precisam ser falseadas na mesma hora. Qualquer erro, por mínimo que seja, pode anular o documento ou levantar suspeitas de irregularidades.

Por essa razão, antes do envio à Justiça Eleitoral, uma conferência prévia tem sido feita pelo partido, com adição de milhares de fichas que talvez até possam suscitar dúvidas em relação à sua regularidade. Mas, mesmo assim, não tem problema.

O PQS tem ignorado as denúncias feitas por jornais e Tribunais Regionais Eleitorais e manifesta, mais uma vez, júbilo por todos aqueles que contribuem para a ilicitude dessa coleta.

Pede também às lideranças e às bases políticas em todo o país que estejam atentas e apressem imediatamente o início de mais falsificação: inventem pessoas, submetam os já mortos e enterrados, nomes de desorientados e até nomes estranhos, ao processo de coleta de apoiamento. Que ninguém ouse atrapalhar ou impedir vosso trabalho: busquem confundir e fraudar, porque o negócio é criar logo o PQS.

Queremos também, acima de tudo, oferecer a milhares de cidadãos pelo país inteiro um trocado caso queira preencher, assinar e prestigiar nosso partido.

Temos plena confiança de que o PQS burlará todos os obstáculos para conseguir tudo que for necessário para já nascer forte, para afundar o país, fazê-lo ruir política e administrativamente.

Essa confiança vem da ambição de abocanhar nosso punhado – pelo que temos vivenciado, não faria sentido fazer dezenas de reuniões a troco de nada nos vários Estados; vem também do número surpreendente de assinaturas falsas e do entusiasmo com que as próximas serão inventadas. Transparência? Verdade? Energia? Bah! Nosso desejo é esculhambar a luta por um Brasil melhor.

*Timóteo Scarpa Souto, administrador de hotéis e marketeiro, é prefeito de São Miguel da Bica d’Água. Foi secretário municipal de Acochambramento (gestão José Bedeu)

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