Para Maíra
Comer e comer e saborear o teu nome.
Quando manhã, suspirar doces desejos e grudá-los no espelho do banheiro – eles vão se misturar aos teus cabelos.
Abrir a janela que dá pra praça e que da praça dá pra areia e que da areia dá pra o mar e na areia melar os pés para depois lavá-los.
E escutar Arnaldo Antunes para dar gosto ao dia. “Sujar o pé de areia pra depois lavar na água / Lavar o pé na água pra depois sujar de areia / (…) Respirar / Sentir o sabor do que comer / Caminhar / Se chover, tomar chuva / Não esperar nada acontecer / Ser gentil com qualquer pessoa”.
Acender uma vela amarela para que tu, sorrindo, digas do teu pedido para o nosso futuro, colorido e esperado. Assopre e assim o cheiro da tua boca se enroscará no meu pescoço e na minha nuca e na minha testa e na minha pele.
Na mesa, pudim de leite, condensado pelo nosso desejo em profusão.
Brincar de pega-pega com a distância e sempre ganhar, tudo métrica, rima e nunca dor.
E não traduziremos, questionaremos, enquadraremos o amor, posto que ele é vivo e se traduz, em língua própria, nessa sinfonia irrompendo meu peito pra desaguar no seu.
Para além, o dia não finda: se estende e se renova no meu olhar e no teu, juntinhos.
2 comentários
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junho 13, 2013 9:45 am às 9:45
Maíra
Poxa, que lindo, Vitor!
Um regalo pra alma. Um beijo.
junho 13, 2013 5:32 pm às 17:32
Carmezim
Outro.
Com amor,