– Já dormiu?
– Tava quase.
– Hum…
– Que foi?
– Nada. Tava aqui pensando…
– No quê?
– Em como é bom dormir com você. Dormir mesmo, sabe!?
– Ahã…
– Às vezes eu acordo de noite e fico te namorando, sabia? Chego bem pertinho, te dou um cheiro, aí me enrosco um pouco em você…
– E eu te afasto, né!?
– É, quase sempre. Sabe, queria que você pudesse, por um dia, entrar aqui dentro.
– Dentro de onde?
– Dentro de mim. Sei lá, como se você pudesse mudar tua alma pra cá.
– Pra que?
– Pra ver como é estar do teu lado. Sentir teu cheiro. Andar de mãos dadas, te dar um beijo, tocar tua barriga… te ver pelada, te levar pra cama.
– Hum!
– Que é?
– Nada.
– …
– Você falava essas coisas pra todas as tuas ex-namoradas?
– …
– Desculpa, mas é que eu não acredito ainda em você.
– Azar é o teu. Eu sei o que sinto. Se você não sair dessa trincheira que criou, nunca vai se permitir…
– Sem lição de moral, tá, por favor. Tô super cansada hoje. Boa noite.
– Dorme bem.
(………………………………………)
– Já dormiu?
– Não.
– Chega mais aqui perto…
– Quê?
– Vem aqui pertinho… Me conta. Como é andar de mão dada comigo? Como é meu cheiro?
Ricardo Viel escreve às segundas
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