eu avisei.
eu deixaria as suas costas expostas, sua coxa em postas, transmutaria o teu sangue pra o meu peito, sangraria a tua alma, mijaria no teu pé, desgastaria o meu dente arrancando um pedaço do teu antebraço
virei pó de morto, desatinei de mim mesmo e virei estátua, espera em um ponto do mundo que não gira, eixo estanque sem você
eu avisei e avistei a batata da sua perna ser a última a coisa no quadro da porta aberta, você com o cabelo voando e o meu rosto histérico, pedra rolando, rock’n roll, você bossa-nova de olhar fugidio
apelei
disse só eu sei dos ungüentos pra te curar, miserenta, azarenta da desgraça, salafrária, minha dor! dei com o pé na porta, curandeiro sem planta, sem mato, sem flor
desde as dez horas da manhã o mundo ganhou nova realidade – virou buraco
ela ainda não voltou
Carmezim escreve às quartas-feiras
3 comentários
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julho 11, 2012 10:45 am às 10:45
Tatiana Mendonça
que lindo!
julho 15, 2012 7:07 pm às 19:07
Carmezim
:)
julho 12, 2012 4:52 pm às 16:52
Camilla Costa
Demais