Audacioso e sempre em cima da notícia, O Purgatório, em mais um trabalho de exclusividade e excelência jornalística, assistiu ao show de ontem de Gilberto Gil com a Orquestra Sinfônica da Bahia, no Teatro Castro Alves, de um local privilegiado, ao qual nenhum outro veículo da imprensa nacional teve acesso. Confira na reportagem especial de Livia Nery.
O dia em que Gil beijou a minha mão
Com um cartaz impresso “compro ingresso”, meia hora antes de o show começar, fui descoberta por Ilton*, um ex-percussionista que em não-sei-que-ano gravou não-sei-que-faixa num disco de Gilberto Gil.
Ilton me viu e, na surdina, perguntou se eu queria ver o show num lugar vip. Trambique, pensei, e não deu outra. Fomos para a entrada de serviço do TCA e lá entrei, passando-me por Fafá. Depois descobri que Fafá era a produtora de Gil, que já estava lá dentro há muito tempo. Pude vê-la de perto assim como Bem, Nara, Flora, outros tiets vips e a adorável senhora mãe de Gil, sentada numa poltrona de couro com visão privilegiada do palco.
Quando me sentei na arquibancada vip, Ilton me apresentou a alguns coligados técnicos do teatro – que provavelmente sabiam da máfia – me ofereceu água, prometeu visita all inclusive ao camarim, até que lá de longe avistei Gil todo lindo, de branco.
Antes que eu tivesse a chance falar, lá vai Ilton chamar a estrela da noite para me conhecer. “Gil, essa é minha amiga Livia, que eu queria te apresentar”. O que Gil me disse eu não lembro, era grande a epifania. Só me recordo de ele ter pego em minha mão direita e, como o lindo cavalheiro que é, todo de branco, a ter levado na direção de seus lábios. Você diz o quê a Gil, minutos antes de ele entrar no palco, depois de ter beijado sua mão? Tentei elaborar a história ocorrida em Vitória da Conquista, onde seu pai, doutor Gilberto, era médico dermatologista e curou uma impigem de minha tia. O pessoal em Itapetinga falou disso a semana inteira. Mas logo desisti de apelar para esta frágil tentativa de identificação afetivo-familiar, porque Gil é somente ídolo. Supremo. Então só disse “é um prazer te conhecer” e sorri, tendo sido correspondida com um belo sorriso.
Palavra nenhuma eu pronunciei depois disso, mesmo quando Ilton detalhava seu pacote de serviços, oferecendo-me mais água, uma cadeira pra sentar na coxia, ou prometendo me apresentar a Nara Gil. Ver o show de Gilberto Gil com a Osba de cima do palco foi o metashow. Gil cantando e tocando versões impressionantes de suas músicas, a família assistindo de perto, os tiets vips tirando foto e postando o twitter, Ilton me cobrando o seu cachê e logo em seguida se arrependendo porque, segundo ele, eu era uma pessoa do bem. O negócio, porém, já havia sido feito e paguei o devido – cem reais. Saímos todos satisfeitos, e a trambicagem comeu solta.
Pena que não tinha passado perfume nos pulsos. Mas a unha estava feitinha do dia, e escolhi bem os anéis.
*nome fictício
Livia Nery é a convidada especial deste domingo
4 comentários
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maio 20, 2012 4:35 pm às 16:35
Gorette
Eu nem lhe conto que fiz um passeio de barco com Gil em… deixa pra lá, que a hora é de celebrar a estrela de Ilton*, o cara que sabe se virar. O asterisco nunca coube tão bem a um nome.
maio 20, 2012 8:02 pm às 20:02
Denize
Estava no show,bem posicionada mas não como gostaria, lancei mão do meus óculos vermelhos, ai sim vim o semblante de Gil, tranquilo,na paz combinando com sua roupa branca.Ele é algo maior, infinito.Quando dedilhou a música QUATRO COISAS, do meu lado falaram, esta ele fez para Flora, eu pensei, outra!!bem que poderia ser para mim!! tiete pode tudo, sonhar o impossível.Entendo vc Livia.
maio 20, 2012 10:01 pm às 22:01
Igor Soriano
Sensacional!! Se ainda cabe correção acho que deveriam verificar se é a OSBA mesmo que participou da apresentação no TCA ou se é a Orquestra Petrobras que gravará no Rio de Janeiro o CD/DVD deste novo projeto deste gênio! Viva!! Viva!!! Wow wow wow!!!
maio 21, 2012 11:13 am às 11:13
Livia Nery
Oi Igor, em Salvador foi a Osba e no Rio de Janeiro será outra orquestra.