quando criança
brinquei de amarrar peixe no quintal
de desencavar palavras
de esconde-esconde com passarinho
desacostumei das lições de casa
emburaquei no ninho de laranjas
plantei dois sonhos perto do poleiro
quando era criança
fiz uma caixa de ferramentas
com macarrões, vagem, lata de milho,
frasco de azeitona, pote de manteiga
casa de acampar com palito de dente
minha mãe dizia que eu era o único
a conversar com os rabanetes
ao invés das flores
no quintal da minha existência
fiz a tabuada de aprender o desapego
e descobri como desabotoar os nós do peito
8 comentários
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março 21, 2012 9:32 pm às 21:32
marlene lopes
Carmeza, queridíssimo pinguim, belas palavras…quantas saudades!
março 22, 2012 11:29 am às 11:29
Carmezim
Marlinha! Que surpresa! Feliz que você tenha gostado! Sabe que eu encarava aquelas matéria sobre os pinguins como poesias também? Acho mesmo que jornalismo tem que ter lirismo, emoção. Por isso sou adepto dos perfis.
Um abraço!
março 23, 2012 7:45 pm às 19:45
Bete
que lindeza!como gostei!
março 24, 2012 2:09 pm às 14:09
Carmezim
Beleza!
março 23, 2012 9:04 pm às 21:04
Tio Lu
Pinguim??? Esse eu não sabia… O Pinguim de Queimadas!
março 24, 2012 2:11 pm às 14:11
Carmezim
O pinguim do sertãozão brabo!
Sabe por que o pinguim? Foi uma série de matérias que fiz para o Jornal A Tarde, quando vários pinguins vieram bater em águas baianas! Acho que se jogar no Google aparece.
Abraço, Lu!
março 26, 2012 9:24 am às 9:24
Romulo
Botões fora de suas casas. Camisa aberta para te abraçar. Ah, como é bom ser sua poesia parte de mim.
março 26, 2012 11:33 am às 11:33
Carmezim
Você é um querido, Rominho! Obrigado pelas palavras doces!