Nem bem fechei o livro El Jardin de las Dudas, do espanhol Fernando Savater, voltei a pensar em como se escreverá a história e as ideias no que virá depois dessa nossa desgastada atual pós-modernidade.
Savater escreveu um livro de cartas trocadas entre Voltaire e a francesa Carolina que vivia em Madrid nos anos 1770.
Foi impossível não pensar: como farão a partir de agora para documentar o pensamento de alguém, como fez Savater?
O que herdarão os filhos dos pais de câmeras digitais perdidas nos HD’s queimados? E da música, sem vinis, CDs, fitas cassetes e todos esses aparatos velhos, mas aparatos, que permanecem e não se apagam?
Nada de álbuns de fotos, estantes de discos, bibliotecas, caixas de postais e cartas, bilhetes (os bilhetes (!) – os SMSs cagaram tudo!), pura velharia.
Igual ao livro de Savater, que parece velho, mas é novo. Cartas fresquinhas porque inventadas.
Se fossem emails, só assim o faria.
Vítor Rocha escreve aos sábados do século XVIII.
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