anão de jardim, adesivo de caderno, penduricalho de carro, foi isso que você virou, meu querido, darling, de-co-ra-ção, mordi todas as iscas, caí em todas as armadilhas, mas agora vai ser assim: recadinho na geladeira pra ver que o chão é o limite, palavrinhas em letra cursiva mas de lâmina afiada, anãozinho de jardim, não adianta você sair por aí, batendo a porta, resmungando, “budejando”, já diria minha avó, o recado vai estar aqui, quente, rasgado pra te dizer que o buraco se abriu, não tem janela, não tem volta, não tem trelêlê: venha pra casa pela última vez, leia leia leia releia, veja que meu coração é puro poço perdido podre passional, aí você se enche de dor, bate na porta do quarto que foi nosso (foi, isso mesmo: FOI), choraminga, depois senta na sala e liga a tv, jogo de futebol, mas saiba desde já, não vou abrir, fim de papo, recado dado
Carmezim escreve às quartas-feiras
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