Quero tranquilizar os milhares de leitores de O Purgatório quanto ao malicioso boato de que nossa Redação estaria em estado de greve. Tudo não passa de mais uma infâmia arquitetada por HATERS que procuram desestabilizar este influente veículo, lido, amado e venerado em mais de três continentes, utilizando as mais desprezíveis táticas de TROLLAGEM em mídias sociais para entibiar o prestígio público do nosso diário.  Sobre os rumores de insatisfação entre os purgadores, tranquilizo nosso editor: “Não se preocupe. Você é nosso e nós somos teus”.

Não iremos aderir a esse tsunami de paralisações que desabou sobre a velha Bahia. Mesmo que as ideias fujam, que a pena pese, que a máquina de datilografar emperre, continuaremos a escrever. Seja com o pedaço de carvão na calçada, com o palito de picolé na areia da praia ou com a caneta BIC que falha no embrulho do pão – como faço neste instante. Algo tem que funcionar. A letargia – ainda que motivada pelos mais justos motivos – não há de prevalecer. Seremos produtivos no ritmo Caymmiano. Primaremos pela qualidade.

Dessa forma, protestaremos contra a falta de respeito do TURISTA que mora no Palácio de Ondina com os professores. Parafraseando um amigo, o pior não é viajar tanto, o triste mesmo é ele voltar sempre. Assim como é deplorável como emudece diante das adversidades do seu (des)governo, explicitando a desfaçatez que impera entre os de sua laia. Sobre o alcaide que se esgueira pelos cantos do Palácio Tomé de Sousa há pouco para reclamar. Sempre foi um político anódino, desenxabido, que se metamorfoseou em um ardiloso larápio rivotrizado. Não há decepção nesse caso, apenas revolta pelo verniz que escorre da face cenicamente pávida. Um boneco ventríloquo nesse teatro de vampiros.

Assim contestaremos a candidatura do comunicador que já foi prefeito e se apresenta como via alternativa aos atuais mandatários. Aos que não lembram a escalada ao poder do dito cujo, sugiro a leitura do romance Diáspora, do professor-doutor Fernando Conceição, que usa o primeiro escrutínio popular da Soterópolis como pano de fundo. Eu também tenho minha dose de canalhice e fazer jabá para os amigos é uma boa amostra dela.

Destarte nos posicionaremos contra esse redemoinho fisio-partidário que permite ao ex-prefeito-candidato ter sido alçado ao mundo político pelo avô de seu adversário, e ter sido garoto propaganda do ex-presidente aliado do TURISTA que senta na cadeira de governador e que apoia outro candidato que tenta vencer as eleições municipais há mais de uma década.

Igualmente seguiremos a insurgir-nos contra pleiteantes ao cargo máximo da Soterópolis que ousarem recorrer à máxima: Salvador precisa ser salva. Afinal, nem Edson Gomes acredita mais no “super-homem que faça mudanças imediatas”. E novamente me apropriando do que disse um conhecido (quanto mais falo de política, mais CALHORDA eu fico): “Cada vez que alguém fala em salvar Salvador, eu escondo minha carteira”.

Outrossim, reafirmamos que Salvador – e a Bahia por extensão  – precisa de governantes honestos, comprometidos com um projeto que traga igualdade e modernidade respeitando as nossas tradições, preservando nossas belezas e retirando-nos da inércia atual. Não desejamos ser salvos, desejamos ter de volta o viço do nosso querido torrão, a ufania das idiossincrasias do nosso povo, o alarde da baianidade que enleva a alma. Não queremos ser Miami nem Leblon, sejamos Itapuã e Ribeira, mas para tanto precisamos ter motivos para nos orgulharmos de nossas singularidades. Deixar de ser “ruína em construção” e voltar a ser a cidade que é “muito mais bonita e muito mais intensa do que no cartão postal”.

E mesmo que TODOS cruzem os braços, permaneceremos labutando, vociferando, clamando aos quatro ventos por aquilo em que acreditamos, mesmo que seja utopicamente inalcançável.

Afinal se os valores que você reivindica são inegociáveis não há motivo para fazer greve.

Alex Rolim pelega aos sábados