Advertência: material não recomendado a fanáticos religiosos
Se houve um estupro e dele resultou uma gravidez é porque Deus quis; logo, não se deve abortar. Foi o que disse na semana passada um político estadunidense em campanha para o Senado.
A concepção divina de Richard Mourdock é compartilhada por muitos. Ele [Deus] está em todos os lugares, é onipresente, e nada acontece sem sua benção. “Não cai uma folha de uma árvore se Ele não quiser”. Portanto, se uma mulher ficou grávida era para ser assim, e o fato de ele não querer aquele filho, do feto não ter cérebro ou qualquer outro “detalhe” é secundário.
Se eu acreditasse em um deus, o odiaria. A menos que aceitasse que esse deus, após criar o mundo e as pessoas, foi descansar e nunca mais acordou. Caso contrário, seria difícil ter qualquer apego por um ser sádico, perverso, implacável e injusto.
Tenho alergia a extremistas, e acredito que um ateu que pregue sua ausência de fé deve ser tão insuportável quanto um crente que faz o mesmo. Não pretendo que quem tenha um Deus deixe de tê-lo, mas apenas fazer um alerta que em nome de um deus se pode cometer barbaridades como obrigar uma mulher a parir uma criatura fruto de um estupro.
Um mundo com menos fanatismo religioso possivelmente seria um mundo melhor, sem tanto preconceito e intolerância, e talvez menos injusto – já que o discurso da existência de um ente superior que tudo vê e tudo pode acarreta em muitos o comodismo e a resignação.
Durante um tempo pensei que ter fé trazia paz e um certo sentido na vida, e cheguei até a invejar os crentes. Hoje me sinto livre por não acreditar numa força superior, já que nutriria por ele uma repulsa e um ódio que não faz bem que se cultive, muito menos contra algo que sequer existe.
Ricardo Viel escreve às segundas
3 comentários
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outubro 29, 2012 3:57 pm às 15:57
Eduardo Sarno
Certíssimo !! A questão se resume em que não há deus, há sim um instrumento da ignorância ( sabedoria ?) a quem dão o nome de Jeová, Alá, Tupã e Oxalá.
outubro 30, 2012 8:11 pm às 20:11
Joao
Que pena q pense assim Ricardo. Tomara que Ele se mostre pra você um dia, de alguma forma. Ou que Ele simplesmente lhe faça ver que está perto de você há muito tempo. Não queira entendê-lo, porque não vai conseguir. Queira Deus que vc O veja ou O sinta.
outubro 31, 2012 4:32 pm às 16:32
Luiz Augusto Estacheski
Acho engraçado essa coisa de utilizar pronomes com letras maiúsculas quando se trata de deus.