Parado, encontro-me numa estrada.
Robert Frost teria dois caminhos,
porém o que tão logo esquadrinho
adiante é infinita encruzilhada.

Infinitas retas aqui traçadas,
a me transpassar — eu, um pontinho.
Se por acaso d’uma me avizinho,
posso sentir as demais indignadas.

Todas me põem igualmente fascinado:
ao fim de cada há uma recompensa —
igualmente valiosas, quero tudo,

mas talvez apenas uma me pertença.
Se o tempo indaga, não respondo, fico mudo.
O mais seguro é estar aqui, parado.

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Breno Fernandes, poeta bissexto, escreve às segundas, quinzenalmente